In The G.O.A.T. Planet (Segundo Capítulo)



         _Laze – eu disse –, precisamos de algo para colocar nas costas dele.
         _Ah, parem. – respondeu ela. – Nem deve estar tão machucado assim. Deixem-me ver. – Kumu virou-se para que Laze pudesse ver os machucados. – Nossa! Kyre, você o machucou mesmo! – disse-me ela, com certa expressão de espanto.
         _Não tive culpa! – respondi. – Era isso ou deixa-lo cair na água!
         _A água não iria machuca-lo tanto!
         _My Mother! Não me julgue, não tive culpa!
         _Gente, caso tenham se esquecido, eu estou sangrando aqui!
         O sangue negro escorria por suas costas lentamente enquanto Laze procurava algo na gaveta transparente de uma cômoda.
         _Aqui, encontrei! – disse-me ela, tirando um livro grosso do fundo de uma das últimas gavetas. A capa era de veludo roxo bem escuro, quase preto.
         _Porque não tem título na capa? – perguntei.
         _Porque não queremos uma pessoa comum lendo isso. Não é qualquer um que saberia o quê fazer com isso, e poderíamos ter problemas.
         _E o quê é isso?
         _Um livro de magia. É da minha mãe, por isso vocês nunca viram. A essa hora, não encontraríamos mais nenhuma farmácia aberta. Além do mais, feitiços curam mais rápido que poções.
         Ela abriu o livro e começou a folhear as páginas. Percebi que o livro todo era escrito em uma língua diferente, desconhecida.
         _Que língua é essa?
         _Chama-se Anerike. A lenda diz que antigamente, na Terra, existia uma língua falada apenas em um país. Anerike é como essa língua, mas escrita de trás para frente. Provavelmente os humanos conseguiriam ler muito facilmente, mas com os Monsters não é assim, já que não falamos a mesma língua que os terrestres falavam. Aqui, encontrei! – ela apontou o título “Sotonemarufrep” escrito em vermelho brilhante no alto de uma página.
         Deitamos Kumu na beira da piscina com as costas para cima e Laze, ajoelhada, colocou a mão sobre os ferimentos, a aproximadamente 10 cm de sua pele. Ela começou a ler naquela língua estranha e os ferimentos brilharam com uma luz branca e começaram a se fechar lentamente.
         _Otnorp! – disse Laze, orgulhosa de si mesma. – Significa “pronto” em Anerike.
         _Bom, enfim. – começamos a nos levantar. – Vem Kumu, vou tirar esse sangue seco das suas costas.
         Levei-o até o banheiro e pedi um pano velho para Laze. Molhei-o e comecei a limpar as costas de Kumu.
         _Eu vou precisar de algumas frutas das Séopes e Trimonds, vou lá pegar enquanto você limpa isso. – disse-me ela.
         Apenas concordei com a cabeça.
         _Olha Kyre... – começou Kumu depois que Laze já havia saído. – Foi bom ela ter nos deixados sozinhos. Eu estava mesmo precisando falar com você em particular.
         _Tudo bem, diga.
         _Faz um bom tempo que eu estou esperando a oportunidade para te dizer isso. – comecei a estranhar aquela conversa, mas não disse nada. – Eu estou gostando de... Uma pessoa... Conheço-a desde... Sempre, pode-se dizer. Gosto dessa pessoa desde quando eu tinha apenas quatro eras.
         _Não estou entendendo. – eu disse, mesmo já tendo entendido tudo.
         _Eu simplesmente criei coragem para te contar isso. Que estou gostando dessa pessoa. – Laze entrou nesse momento. Eu a vi, mas Kumu estava de costas para a porta. Ela parou subitamente, provavelmente achando que Kumu falava dela. – Eu a amo muito, na verdade. Sempre amei. Não sei como você nunca percebeu.
         _Kumu! – chamou Laze.
Aconteceu tudo muito rápido. Kuum virou-se bem no momento em que Laze correu em direção a ele e se jogou, beijando-o.



Continua na próxima semana...